quarta-feira, 19 de agosto de 2015


PRINCÍPIO DO RAIO - X


      No final do século XIX, mais precisamente no dia 8 de novembro de 1895 foi descoberto o Raios X pelo físico alemão Willian Conrad Roetgen ao ver sua mão projetada numa tela enquanto trabalhava com radiações. Por ser muito perspicaz e inteligente imaginou que de um tubo em que ele trabalhava deveria estar sendo emitido um tipo especial de onda que tinha a capacidade de atravessar o corpo humano.
Como era uma radiação invisível, ele a chamou de Raios X. Sua descoberta valeu-lhe o prêmio Nobel de Física em 1901.
Na época - começo do século XX - ocorreu uma revolução no meio médico, trazendo um grande avanço no diagnóstico por imagem.

Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais a fim de se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de uma certa quantidade é prejudicial à saúde. Assim foram surgindo tubos de Raios X, diafragmas e grades antidifusoras para diminuir a quantidade de Raios X assim diminuindo a radiação secundária que, além de prejudicar o paciente, prejudicava a imagem final.
Em abril de 1896, fez-se a primeira radiografia de um projétil de arma de fogo no interior do crânio de um paciente, essa radiografia foi feia na Inglaterra pelo Dr. Nelson.
Em novembro de 1899, Oppenhein descreveu a destruição da sela túrcica por um tumor hipofisário.
Em março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto auditivo interno alargado por um tumor do nervo acústico (VIII par.).
Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos Ventrículos ocasionados por uma fratura do crânio.
Um neurocirrugião de Baltimore, Dandy, em 1918, desenvolveu a ventriculografia cerebral, substituindo o líquor por ar. Assim ele trouxe grande contribuição no diagnóstico dos tumores cerebrais.
Por volta de 1931, J. Licord desenvolveu a mielografia com a introdução de um produto radiopaco nos espaços suboracnóideo lombar.
Em julho de 1927, Egaz Moniz descobriu a angiografia cerebral pela introdução de contraste na artéria carótida no pescoço. Ao apresentar seu trabalho na Sociedade de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tinhamos conquistado um 
pouco do desconhecido, aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no domínio da investigação".

A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim surgiu a Planigrafia linear, depois a Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos complexos enquanto eram emitidos.


No Brasil, Manuel de Abreu desenvolveu a Abreugrafia, um método rápido de cadastramento de pacientes para se fazer radiografias do tórax, tendo sido reconhecida mundialmente.
Em 1952, descobriu-se a técnica da angiografia da artéria vertebral por função da artéria fermoxal na coxa passando um cateter que ia até o pescoço, pela aorta.


Por volta de 1970 através dos catéteres para angiografia, começou-se a ocluir os vasos tumorais sungindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, passam-se catéteres que dilatam e desobstruem até coronárias, simplesmente passando-os pela artéria femoral do paciente, com anestesia local, evitando assim cirurgias extracorpóreas para desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).


Também na década de 1970, um engenheiro inglês, J. Hounsfield, desenvolveu a Tomografia Computadorizada, acoplando o Raio X a um computador. Ele ganhou o prêmio Nobel de Física e Medicina. 
Até então as densidades conhecidas no Raio X eram ossos, gorduras, e partes moles. Com esse método, devido a sua alta sensibilidade foi possível separar as partes moles assim visualizando sem agredir o paciente, o tecido cerebral separando o liquor, a substância cinzenta e a substância branca. Até essa época, as imagens do nosso corpo eram obtidas pela passagem do feixe de Raio X pelo corpo, que sofria atenuação e precipitava os sais de prata numa película chamada filme radiográfico que era então revelado. Com essa nova técnica, o feixe de Raios X atenuado pelo corpo sensibilizava de maneiras diferentes os detectores de radiação. Essas diferenças eram então analisadas pelo computador que fornecia uma imagem do corpo humano em fatias transversais em um monitor sendo depois passada para uma chapa radiográfica.
A tomografia computadorizada revolucionou o diagnóstico por imagem, pois sem agressão alguma ao paciente, obtemos imagens em secções transversais de todo o organismo. Hoje pode-se diagnosticar em 10 minutos tumores in situ de até 1mm de diâmetro localizado na intimidade do cérebro como por exemplo um microneurinoma no interior do conduto auditivo interno e um micropinealoma na intimidade da glândula pineal.

O homem, não satisfeito com isto, descobriu e colocou em aplicação clínica a Ressonância Nuclear Magnética por volta de 1980. Ela obtém imagens do nosso 
corpo similares à tomografia computadorizada, só que com várias vantagens. Não utiliza radiação ionizante, raramente contrasta e se obtém imagens nos três planos: sagital, coronal e transversal.



Ela resulta da interação dos núcleos dos átomos, os prótons de Hidrogênio de número ímpar, com um campo magnético intenso e ondas de radiofrequência. Sob a ação dessas duas energias, os prótons de hidrogênio ficam altamente energizados e emitem um um sinal que apresenta uma diferença entre os tecidos normais e os tecidos patológicos. Essa diferença de sinal será analisada por um computador que mostra uma imagem precisa em secções nos 3 planos.

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